A vida é feita de decisões.
Daquelas que tomamos embriagados às 3 da madrugada até aquelas que tomamos quando ainda éramos crianças e não sabíamos nada da vida.
A minha vida inteira eu sonhei em fazer intercâmbio. Desde que entrei na faculdade, juntei sempre que deu um dinheiro na poupança, para que quando eu me formasse eu pudesse ficar um ano fora estudando alemão, na Alemanha (sim, esse era meu sonho até então).
Surgiu a oportunidade do Ciência sem Fronteiras e eu fui para Holanda. Como recebi auxílio financeiro por lá, o dinheiro que guardei acabou por não ser necessário. Decidi, então, guardá-lo para minha volta definitiva, quando me formasse. Porém, se tem uma coisa que a volta me ensinou é que não vou conseguir chegar a lugar algum sem motivação.
Não adianta depositar sua motivação no outro, seja em um amor ou em seus amigos. Tem que vir de você. Ao perceber que nada no Rio me motiva a continuar a faculdade, trabalhar ou fazer qualquer outra coisa (nem lembro a última vez que saí de casa para balada), decidi novamente.
Decidi usar esse dinheiro que guardei e passar 3 semanas na Holanda. Natal, réveillon e uma semana de descanso. De recarregar as baterias. De me encontrar novamente, de relembrar qual o motivo dessa batalha diária que eu estou vivendo. De entender o porquê de doer tanto. Quando voltei da Holanda, me senti em queda livre. Em algum momento, o baque, a realidade, veio dura, veio forte. E eu caí, assim, sem proteção, completamente frágil.
Já passei por situações piores e consegui encontrar forças de algum jeito. Mas, dessa vez, parece que desaprendi a voar. Desaprendi a encontrar a motivação para atingir meu objetivo.
Essa viagem tem um sentido.
Tem uma meta:
Reencontrar as forças que faltam para voltar a voar.