sábado, 21 de janeiro de 2012

A Metáfora dos Fogos

*23:59:59, início dos fogos na praia de Copacabana. Dois amigos estão próximos, um deles dá sinais de choro e o outro o abraça e, com os rostos colados, lado a lado, diz*

- A vida é como os fogos, sabia?
- ? *enxuga as lágrimas*
- Você percebe a beleza dos fogos? Você esperava algo bonito, porque a sempre espera algo bom, mas você esperava algo tão bonito? Você esperava que houvessem tantas possibilidades de direções dos fogos? Cada fogo é uma oportunidade que você tem. E cada oportunidade tem milhões de novas possibilidades que você quer.
*começa a chorar de novo, porém, sorrindo*
- Você vê como são de várias cores? Vê quantas formas a gente tem de ver as situações que acontecem? Vermelho, amarelo, azul...Vê quanta coisa a gente deixa escapar?
*a chuva aperta e ocorre uma breve pausa nos fogos*
- Às vezes, parece que nada anda, que nada acontece. Que a gente não consegue progredir. Que não fazemos nada certo. Nada certo nunca. Nunca está certo ou bom o suficiente.
*explodem fogos ainda maiores e mais brilhantes*
- E aí acontecem coisa que nunca imaginávamos. Só pra nos lembrar o quanto temos que investir na gente, nos outros, no mundo. Que nada está perdido, que nada está errado. Que tudo teve a sua função de abrir seus olhos hoje. Seus olhos nunca estão tão fechados quanto ontem e nem tão abertos quanto amanhã. É isso que dá esperança, que dá a força de viver. Saber que a gente progride. E as coisas melhoram. E podemos ser quem nós somos, sem medo, sem frustrações.
*últimos fogos começam a explodir até que finda a queima dos fogos de Copacabana*
- A vida é isso, imprevisível, mutável, bela e tocante. Como a gente.
*Um sorriso e um beijo. Daqueles mais sinceros que a gente pode dar. E receber*