domingo, 24 de abril de 2011

Torn

Conto nos dedos as pessoas que eu realmente posso chamar de amigos. Amizade, para mim, é algo que transcende todo e qualquer sentimento que podemos ter, até de amor. Ou melhor, é um amor tão potente, tão único, tão sincero, tão nobre. Tão único, que seria maldade compará-lo ao amor 

Amigo não é aquele que te dá presentes caros. Amigo não é aquele que enxuga suas lágrimas. Amigo não é aquele que te dá conselhos. Amigo não é aquele que passa a mão na sua cabeça. Amigo não é aquele que sempre sai com você.

Amigo, para mim, é aquele que sabe que a sua presença pode ser o melhor presente. Amigo é aquele que sabe que chorar é fundamental e que você tem todo o direito de sentir triste em algumas situações. Amigo é aquele que sabe que, às vezes, o silêncio é a melhor forma de dizer alguma coisa. Amigo é aquele que te dá esporro, mas na hora certa. Amigo é aquele que recusa sair com você, mas te oferece uma tarde em casa para vocês passarem algum tempo juntos.

Só existe uma coisa que eu valorizo mais do que a amizade, e é a minha mãe. Quando considero alguém como amigo, considero que é parte de mim. É uma pessoa que, invariavelmente, lembro nas coisas mais singelas. Na gíria que era só nossa (Um dragão nas costas!), nas atitudes que a gente sabe que o outro vai ter. Nos olhares que para os outros precisariam de uma conversa de 1 hora para serem explicados.

É aquele que você fala no MSN mesmo só tendo 1 minuto na LAN House, só para dizer 'oi te adoro to saindo bjs' (quem precisa de vírgulas para entender?).

E quando você perde essa relação? Quando tudo, magicamente, se desmaterializa? Quando os olhares não são mais os mesmos? Quando a vontade de ficar perto se torna repulsa? Quando as conversas se tornam sufocantes?

Às vezes, a causa foi um gesto. Às vezes, a causa foi uma atitude. Às vezes, a causa é a própria incoerência inerente a todos nós. Só que, em alguns assuntos, isso machuca. Isso dói. E aí fica difícil suportar. Não é por falta de sensibilidade da pessoa. Nem excesso de sensibilidade da sua parte. Cada um tem seus motivos mais profundos para fazer o que faz. 

Mas existem momentos, e não são poucos, em que você espera uma determinada atitude de um amigo. Você não precisa pedir para aquele amigo agir daquela maneira, mas você acredita que toda a história que vocês viveram juntos já indicou para ele o caminho a ser seguido. Aí, essa pessoa, simplesmente, vai na contramão. E você fica imóvel, duro, doente, frio. E, porque não, morto? Como se tudo tivesse necrosado.

Quem é você para julgar? Quem é você para dizer 'sim' ou 'não'? 'Pode' ou 'Não pode'?

Apesar de ser uma música com todo um tom romântico, acho que Torn define bem como estou me sentindo.

Rasgado. Jogado no chão. E nenhuma alma viva para me estender a mão.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Juízo

20 anos. Ainda lembro de quando eu dizia "faço aniversário dia 22 de Abril, Dia do Descobrimento do Brasil" e achava o máximo ter nascido em uma data importante. De quando essa idade parecia distante. De quando ter 20 anos era sinônimo de estar encaminhado na vida. Eu sempre me perguntava "como essas pessoas conseguem?", "ser grande parece ser tão chato...e difícil.".

E, agora, cá estou. Com 20 anos. Duas décadas de existência. Se isso acontecesse há alguns milhões de anos, seria uma vitória para toda espécie. Há alguns milhões de anos nós tínhamos que caçar para conseguir alimento, não existiam vacinas para doenças (e nem creio muito em ervas medicinas) ou escova de dentes. Hoje o máximo que pode acontecer é passarmos por tortura social e, eventualmente, ser atingido por uma bala ou estar no lugar errado, na hora errada, quando um acidente grave acontecer. Não é mais simples?

Ter um dia no ano em que todos vão falar com você, todos te querem bem (a hipocrisia manda) e você ganha dinheiro e presentes é maravilhoso. 

Só não gosto quando me desejam juízo.

Sei quanto custa vodka, sei quanto custa whisky e sei quanto custa conhaque. Só não me perguntei quanto custa juízo, porque sei lá, nunca tomei.

Hoje vou me jogar muito na ULC. Vai épico, vai ter tanta gente legal. Nossa, tô speechless. Queria que um certo alguém estivesse aqui...mas Bolívia é longe, né?



(roubei mesmo do DPNN)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Abril A Porta do Paraíso

Nunca gostei do meu aniversário depois dos 12. Porque até os 12 anos, as pessoas sentem uma certa obrigação de te dar presentes, e fazer coisas gostosas (exceto as meias, que nego sem noção cisma em dar para uma criança de 6 anos, lembro que uma vez joguei a meia no chão e disse "Quero brinquedo, não meia.", logo depois levei um tapa na boca que eu nunca mais esqueci) para você comer. Fora que é uma delícia ser paparicado pelos pais, né?

Depois dos 12, o pensamento muda. Quando te dão alguma coisa, é o parabéns e olhe lá. Sempre tive a Síndrome do Ninguémvaivirnomeuaniversário, então nunca gostei de comemorá-lo depois dessa idade. Minha mãe nunca deixou que isso acontecesse, porém.

Então, esse outono decidi fazer algo diferente. Resolvi fazer do meu aniversário um mega evento - bancado pelas nights cariocas. Se vocês não sabem, aniversariante é VIP em quase todas boates/festas e em algumas pode até levar acompanhante de graça também. Conclusão? Estou comemorando meu aniversário todas as semanas, lindo e dignificado em Cristo.

Isso faz evitar a deprê de estar envelhecendo e, aparentemente, continuar no mesmo lugar. Previsão de formatura? Oi, kikié isso?

Já dizia o ditado: quem não tem pica, caça com cu.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Price Tag

Não sou hipócrita, o blog é meu e eu faço com ele o que quiser. Se eu quiser só começar a postar putaria, contar apenas da minha vida ou, ainda, omití-la completamente, eu posso.

Entretanto, apesar do blog ser meu, eu não escrevo apenas para mim. Também escrevo para vocês. Também quero ser lido, de outra forma, teria um arquivo no word ou mesmo um diário pessoal. Eu gosto de ler o comentário de vocês, mesmo quando nem sempre posso retribuí-lo (mas convenhamos que desde que voltou a Internet aqui em Niterói eu tenho me feito MUITO mais presente!!).

Por isso, cá estou para pedir uma opinião e um pedido para vocês. Todos sabem que estou na pindaíba de dinheiro e minha previsão de ascensão social data para o meio do ano, apenas. E aí, durante a terapia, surgiu a ideia de monetizar o blog. Só que existem várias maneiras de fazer isso e os rendimentos variam também dessa maneira. Sendo que, óbvio, não pretendo me sustentar com o blog (ah, se isso fosse possível...), mas ganhar alguns trocados por mês ajuda.



Minha pergunta é: o que vocês acham disso? Vocês parariam de ler o blog por causa disso? Ficaria muito ruim? Vocês continuariam me amando (ah, nem sou carente, né). Enfim, up to you, agora. Se vocês não entrarem em um acordo, vou começar a cogitar a ideia de vender minha virgindade e isso não é nem ética nem moralmente legal.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Meu Algoz

Sabe, eu nunca omiti o principal da história do Eah (você pode ver as coisas em sequência 1-2-3), que foi o fato das coisas terem acontecido ao relento, sem eu saber exatamente do que estava acontecendo. O que eu omiti foi como descobri que isso era verdade, o EDIT do último post.

Na sexta, Eah não pôde sair comigo pro carnaval porque estava doente na casa de um amigo, no sábado, estava esperando a resposta de uma amiga para saber o que faria do carnaval.Fiquei esperando a resposta e quase passei o sábado de carnaval em casa. Sorte que um amigo me ligou e me encontrou na Farme mesmo. Depois encontrei ainda outros amigos. Encontrei com um amigo dele perguntando para mim porque eu não estava na festa X. Ele estava lá. Foi e não me chamou. Nesse momento, caiu a ficha. 

Mais ao longo da noite eu troquei algumas mensagens com ele (sim, estava bêbado) e uma das suas frases mais célebres foi 'as suas expectativas superou as minhas'. Qualquer um que viu como agíamos viu o quanto eu lutava contra essa ideia de relacionamento, de que eu ia namorar. Eu estava só ficando. O que não quer dizer que era uma ficada qualquer. E, houve um momento, aqui no blog, em que eu resolvi que ia deixar levar. Ia parar de matar aquele sentimento que toda vez insistia em nascer, como uma erva daninha. Momento errado, hora errada.

Não sei se ele leu esse blog e pensou que eu já estava louco (é, talvez não tenho sido claro no post? Talvez, também, aquele post não fosse para ser claro) de amor e tal. Óbvio que nesse mesmo sábado eu chorei, me senti melhor no domingo, mas ainda faltava aquilo de resolução, sabe? O 'não' eu já tinha dado, mas não tinha recebido. Nos encontramos mais uma vez, com apenas um período de climão - riam, mas foi exatamente no momento em que nossos dois peguetes deram perdidos simultâneos (eles eram amigos). 

Convidei-o para sair para conversarmos sobre isso, sem colocar tom de "PRECISAMOS CONVERSAR". Uma conversa, um suco, talvez um café. Nem isso foi necessário, percebi que ele estava na defensiva de sair comigo, então, tive que fazer do modo mais chato: msn. Conversamos e, por fim, ouvi o 'não' que queria ouvir. Ouvi o não que eu queria e precisava ouvir. Chega de comparações que jamais seriam admitidas. Chega de ausências que jamais seriam externadas. O que sobrou agora é um sentimento de carinho que pode - e quero - que evolua para uma amizade.

No fim, meu algoz não foi o blog, opiniões de terceiros ou mesmo Eah. Meu algoz foi minha incapacidade de ser sincero comigo mesmo, no momento em que eu deveria. E, também, porque não, ser sincero com ele também?

Meu algoz, eu mesmo, também se mostrou que pode ser meu maior aliado. Meu algoz foi o que me jogou no abismo, sem proteção, mas também me recebeu lá embaixo de mão estendida.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Erro de Cálculo

Sexta eu doei sangue pela manhã e à noite fui beber. Eu tinha uma hipótese de que doar sangue era economicamente vantajoso. E olha, não podia estar mais certo. O problema é que o cálculo tem que ser muito bem feito, se não...

Bebi vodka, bebi 3 long necks. Após um pouco mais de 1 hora de mistura...PT. Para os que não sabem o que PT significa no mundo dos bêbados (todos já ouviram essa expressão para carros que sofreram acidentes, né?) é, basicamente, o semi-coma alcóolico. Vomitar algumas vezes não é PT, porque, geralmente, depois que você vomita e bebe água, fica tudo bem. 
Segundo relatos - não lembro nem de ter entrado na festa - aproveitei durante 5 minutos. Sentei e a maratona de vômitos começou. Ainda segundo relatos, foram mais de 2 horas vomitando direto, até o ponto de vomitar o vazio - quem já passou por isso sabe o quanto é ruim. Lembro de alguns flashes:

- Alguém levantando a minha cabeça para eu olhar um amigo que veio ver como eu estava, porque eu mesmo não conseguia fazer isso;

- Eu esboçando algumas coisas para o Júlio sobre o fato dessa merda estar acontecendo logo na primeira vez que eu saí com o Lobo e ele me tranquilizando*;

- Eu tentando dizer para um amigo que eu não conseguia segurar a garrafa de água para beber enquanto ele pedia para eu beber água pelo amor de Deus;

- O gosto maravilhoso da água gelada na minha boca.

Antes que comecem os julgamentos (que provavelmente já começaram) eu NÃO me orgulho de ter ficado assim. Não acho nem um pouco legal passar mal por causa de bebida, estraga a noite dos outros (pobre Júlio que me acudiu a noite inteira depois que eu passei do momento em que eu não conseguia ficar SENTADO sozinho) e você não curte nada. Por isso, é importante planejar que essas coisas NÃO são planejadas. Elas acontecem e são uma merda.

Óbvio que fui irresponsável de ter bebido o que eu beberia normalmente com 0,5 L de sangue a mais. Acho que já falei sobre isso aqui. Acho que nesses momentos é eu realmente vejo aqueles que se encaixam na minha definição de amigo. Amigo não é aquele que passa a mão na sua cabeça quando você faz merda, mas é o que dá esporro na hora certa. Imagina, eu lá, quase em coma alcóolico e nego me esculachando? Sorte que eu tenho desses (embora lembre dos olhares julgadores malditos do Lobo).

No dia seguinte ainda saí de novo, bebi de novo, dessa vez na medida certa, tão certa que nem fiquei bêbado, mas aproveitei lindamente a noite. E olhe que a festa foi just ok. Cheguei à conclusão de que house e derivados são músicas que servem para tocar no máximo 5 minutos. Depois disso, sem drogas ou muita bebida, não dá para aproveitar.

Ainda lembro da menina que estava em um estado um pouco melhor do que eu na festa de sábado (ela conseguia chorar e tentava falar seu nome para mim) que eu assim que vi, acudi. Perguntaram se eu estava fazendo enfermagem agora, mas não é isso. É questão de solidariedade mesmo. Não tenho a menor vocação para ficar cuidando das pessoas, mas eu sempre penso: podia ser eu, como fui eu ontem. Ajudar um bêbado, mesmo que conseguindo um copo d'água apenas, não custa nada. Campanha Ajude um Bêbado.

*Vocês lembram de quando começaram a estudar os números inteiros (+ e -)? Que nos cálculos de multiplicação e divisão você errava o sinal, mas no final acabava errando o sinal de novo e, o resultado, acabava saindo certo? Foi tipo isso. Eu lá jogado na sargeta e Lobo se atracando com um cara que conheceu porque eu estava daquele jeito e ele veio me ajudar. Júlio pegando outro que sentou perto dele para ver como eu tava.

Gui, fazendo casais mesmo com um pé na cova.

Apenas uma coisa: ESCREVO CERTO POR LINHAS TORTAS.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Bloodless

Hoje rolou aqui na UFF, no Instituto Biomédico, a campanha Universitário Sangue Bom. É um projeto do Hemorio que está passando por várias faculdades com o objetivo de abastecer os bancos de sangue. Além do pessoal ser super prestativo, mega atencioso, sente a propaganda: juro que fui la só para conhecê-lo!

A entrevista é aquela coisa, né, ainda usam o conceito completamente ultrapassado de grupos de risco (como se ainda houvesse isso), então, para um gay doar, ele teria que, necessariamente, mentir. Se você teve pelo menos uma relação sexual com homens nos últimos 6 meses você já é considerado inapto. Se tiver mais que 1 parceiro, idem. Fora todas as restrições de medicamentos etc.

Se por um lado isso 'melhora' a qualidade do sangue, uma vez que acaba que muita gente que, de fato, está em situação de risco (camisinha já elimina boa parte, não usar drogas injetáveis, quase todo o resto), por outro, acaba por impedir que muita gente saudável doe sangue. Depois fica complicado colocar propaganda na televisão para doar, né?

De qualquer forma, cheguei à conclusão de que doar sangue é uma ação economicamente favorável. Por que? Simples, porque com 420 ml de sangue a menos, você gasta menos dinheiro bebendo até ficar bem. Portanto, pensem dessa maneira para superarem seu medo de agulhas: doar sangue é um investimento no seu bolso!

OFF TOPIC: Sobre a nuvem negra que tem pairado sobre mim nas últimas 3 semanas: tô vivendo. Não acho que 'a vida é assim', 'todos passam por dificuldades', 'a vida é injusta', 'a vida....'. Mas, se cheguei até aqui, não vejo nem meu horizonte. Ele está tão distante que vou passar a vida inteira procurando-o e não vou encontrá-lo nunca. Não nasci para aceitar as coisas de cabeça baixa.

Vocês viram que maravilha dois posts numa mesma semana? Há quanto tempo isso não acontecia? O nome disso é Internet, meuamô! Vou levar o Lobo para buatchy hoje, suas lindas. MORRÃO de inveja :X.

Mais Informações sobre o Programa: http://www.universitariosanguebom.com.br