terça-feira, 20 de setembro de 2011

Espólios da Parada Gay #1

Apesar de eu passar uma imagem de alguém que vive na pegação (o que não é de todo mentira) nunca tinha feito pegação em Parada Gay. Já tinha ido à duas aqui no Rio e fui à minha terceira em Niterói há quase um mês (foi dia 21).

Acordei de ressaca e decidi que ia fazer pegação pela primeira vez (já até tinha pegado duas pessoas em uma parada em copa num post passado, mas eram meio que cartas marcadas, então, não contam). Foi uma tequila, algumas cervejas, tive que passar pelo meu ritual de 'o primeiro sempre é pior, pega sem critério só pra começar o clima de jogação' e fui indo. Meu amigo que tinha dormido lá em casa tinha que ir embora, então fui reclamando que estava muito cedo (tipo 20h) e pegando pessoas no meio do caminho (depois que comecei, não parei mais) e meu amigo ficando cada vez mais puto, mais puto.

Quando estávamos no final da praia, quase pegando um táxi. Eu o vi. Branquinho, fortinho, um pouco mais baixo que eu, um gato. Até percebi que ele também me olhou, mas nem acreditei que alguém daquele nível de beleza (o álcool também ajudou) pudesse estar me olhando de fato, mas continuei acompanhando com o olhar e ele, inclusive. Parei meu amigo, IM-PLO-REI para ele deixar eu voltar (já tinha passado um pouco do garoto) e ele, finalmente, deixou. E eu fui, ficamos. Trocamos algumas palavras.

V. P.: Acho feio que ficar com alguém sem saber o nome.
Eu: Mas não vai ser só o seu nome que vou querer saber, hein? Guilherme, prazer.

Trocamos telefone, Facebook e partimos em caminhos distintos, sob a promessa de íriamos nos falar depois. Ainda trocamos algumas mensagens naquela noite e acabamos por combinar de sair no dia seguinte.

Pensando no quanto aquilo havia sido único (e o efeito do álcool já estava passando), especialmente para uma Parada Gay, 'reduto da pegação e putaria' (sic), comprovei uma crença: o que existe é você estar, de fato, na sintonia, ter abertura e, aí, independe do lugar, independe da hora. Depende muito mais da gente do que a gente pensa. E isso não tem nada a ver com encontrar um namorado, o amor de nossas vidas. Tem a ver com encontrar alguém que esteja disposto a ver um pouco mais do que você mostra em uma night, um bar, no lugar onde vocês se conheceram.

E, sinceramente? Isso é legal. Saber que existe uma outra possibilidade além de não lembrar nem quantos passaram por você na noite anterior.

12 comentários:

DPNN disse...

essa história de pegação, para mim, parece coisa de outro universo...kkk não passei por isso, mas acho que você tem mais é de aproveitar mesmo, o que não vale é o cara ficar de pegação e reclamar que não arruma namorado - o que não é o teu caso.

FOXX disse...

qualquer lugar pode ser lugar de pegação, no banheiro da faculdade, no supermercado, no shopping, em tantos lugares, pq a parada é um lugar ESPECIAL de pegação?
e se qualquer lugar pode ser de pegação, porque um relacionamento mais sério tb não pode surgir em qualquer lugar tb?
tudo pode acontecer em qualquer lugar, meu caro, agora o q não pode acontecer é vc vir com esse papo de "aquela pessoa com aquele nível de beleza", por favor, mais amor próprio, né?

Gui disse...

Olha, Foxx, nem todo lugar é lugar de pegação pra mim. Banheiro da faculdade, supermercado, shopping, pra mim, são lugares em que eu nem vejo a possibilidade. Óbvio que pode rolar um flerte e até uma conversa com troca de telefones, mas eu realmente não vejo essas possibilidades quando estou nesses lugares.

E, caso você não tenha reparado, tem aspas ali, porque é o lugar comum, não é? Dizer que a parada é um local de pegação, de putaria?

Sobre a questão do amor próprio, tenho certeza que isso não me falta. Mas eu me coloco muito no meu lugar no sentido de saber que quando uma pessoa com um nível de beleza que eu julgo maior do que o meu (que eu considere, claro) me olha, rola, sim, uma desconfiança. Talvez um pouco mais de confiança e não de amor próprio, não conceitos completamente diferentes.

;)

Lobo disse...

Pegação: não consigo.

Então como toda a visão do texto me é alienígena, me resta aqui demonstrar a felicidade por você ter encontro algo que passou do one night stand XD.

Antonio de Castro disse...

adorei a discussão sobre lugares de pegação porque o foxx, sem intenção, citou lugares que estão sempre presentes nos meus posts menos dramáticos.

sobre parada, acho que deve ser um saco.

sobre oportunidades de conhecer alguém, comigo quase nunca rola mesmo.

sobre relacionamento, serve o livro de termodinâmica?

saudade de passar aqui.

WooFBrasiL disse...

O que tornou esse encontro especial foi a breve conversa estabelecida.

Acredito que depois daquele fogo da pegação, um diálogo tornou a pessoa ainda mais interessante.

dand disse...

Seu Pegaceiroo! rsrsrs' Tbm tenho blog q está desatualizadissimo. Tchau.

Eric Luciano disse...

Depende da forma como é vista a pegação!
Acho que o que você fez foi uma coisa normal, eu ainda continuo pensando que pegação é quando é feita as escondidas e com muitas pessoas (tipo banheirão, cinemão.. e por ai vai)...
Mas bacana que tenha rolado algo, porque aqui em Sampa rola de tudo um pouco... e como a Parada Gay daqui tem mais de 2 milhões de pessoas... o que tem é apenas zoação...
Sorte pra você!
Curti o post!
Sou novo leitor!

Abraço
http://avidasemascaras.blogspot.com/

DMalk disse...

Tah pior que eu posta uma vez a cada Solstício...

Nunca fui em parada, mas ainda vou em uma e vou pra pegação...

SG disse...

Também não sei o que é pegação.

Às vezes acho que perdi várias oportunidades, e me entristeço um pouco com isso.

Mas sei também que ultrapassar o primeiro encontro vale muito mais a pena.

Diego Rebouças disse...

Que fofo o comentário do Lobo. E generoso.

Uma Cara Comum disse...

Então o senhor foi pra pegação e quase encontra um marido??? Tá precisando de foco aí.... hahahahahah

Só pra descontrair...^^