sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Algemas da paixão

Semana retrasada eu chamei um amigo para ir numa festa no Circo Voador que eu estava bem afim de conhecer. Ele tem uma namorada super linda e fofa que eu ADORO. Sabe aqueles casos de amor à primeira vista? Foi assim com ele e com ela. Eu simplesmente amo a companhia dos dois, juntos ou separados. São pessoas que acrescentam sempre, sabe?

Bem, eu nunca namorei sério - tirando aquelas brincadeirinhas de namorado que eu fazia na 5ª série, quando minha mãe não deixava eu ir no shopping a 15 minutos da minha casa com meus amigos - mas eu não consigo entender muito bem essa história (porque fiquei sabendo que 'estória' não existe mais, né?) de "se eu não vou, você não vai". Claro, que quando você tá namorando você evita ir a determinados tipos de lugares - a.k.a lugares de pegação - sem sua namorad@. Mas assim, evita, né? Você não pode simplesmente esquecer que tem amigos e que deve, sim, sair com eles pelo menos uma vez por mês.

O caso com esse casal de amigos foi um pouco diferente. Porque o esquema é o seguinte: ninguém proíbe ninguém de nada, mas do jeito "se você fizer você SABE que eu não vou gostar". Oi? Minha mãe fala assim comigo quando eu peço pra ir pra algum lugar um pouco mais longe - tipo 20 minutos de casa - mas eu tolero porque é a minha mãe, né? Eu devo muito à ela. Agora, namorado?

O fato foi que esse amigo não foi pra festa que eu chamei - que por sinal foi MUITO boa - porque ele não queria que houvesse crise no relacionamento. Sendo que ele tinha me dado certeza que iria no dia anterior. Claro que não fiquei triste ou com raiva - depois de 5 minutos, óbvio - mas é que vocês já pararam pra pensar que a gente só tem esse tipo de atitude porque acha que tem algum controle sobre o outro?


Lamento informar, meus amigos compromissados seriamente, NÃO temos. Nenhum controle. Controle algum. Quando alguém quer trair, trai. Quando alguém quer ser fiel, é. Nem todo mundo tá na vibe da "Pentada Violenta".

Agora, pode não ter sido por esse tipo de ciúme, o da traição propriamente dita. Mas é ainda mais complicado quando é por medo - sim, isso é medo. Receio é uma emoção de disfarce - de o outro se divertir com as outras pessoas e você acabar se tornando secundário. Oi? Eu entendo que quando a gente namora alguém é porque você ama apesar de tudo. Perceberam a diferença? 

Não cabe a nenhum dos dois ficar questionando sua importância frente aos amigos, à família. Cada um ocupa um lugar que não pode ser comparado entre si. Não é uma escolha entre amigos e namorad@ ou todas as combinações possíveis. Mas a gente tem que ter um momento pra cultivar a amizade, afinal, ela é que nem planta de vaso, se você parar de regar, morre.

O mesmo caso ocorre nas trocas de senhas de redes sociais. Sério, porque as pessoas são tão estúpidas para fazerem isso? Sua senha é pessoal por um motivo. Nenhum tipo de relacionamento pode ser 100% transparente. Os dois que virão um é só uma metáfora. Sei de vários namoros que foram ou abalados ou destruídos por causa de brigas geradas por um depoimento "suspeito" ou alguém muito oferecido no orkut do outro.

O amor só é válido - e, na minha opinião, só existe - quando nós somos capazes de viver com o outro respeitando seu espaço e sua individualidade. Afinal, they've got nothin' on you, baby.



Agora, me digam, sou insensível?

PS: Atesto aqui, que nunca darei minha senha de rede social alguma para a pessoa que eu namorar. Nevah. Vocês serão meus algozes se eu o fizer.

6 comentários:

Anônimo disse...

Insensível? Claro que não!

Sensato seria a palavra mais acertada.

Detesto a metáfora "dois que se transformam em um". Na verdade, acredito em outra: "cada um, separado, que se transforma em dois, juntos".

Lobo disse...

Saudações Nikitianas! AHauahuahaua

Rapaz, jamais que eu imaginei que ia encontrar alguém pelo blogger que fosse desse lado da poça. Você faz Uff também?

Bom, sobre o post do bonitos, inteligente e carismático, sim, inteligência e carisma podem ser trabalhados até um certo ponto. Mas sabe aquela pessoa que tem alguma coisa a mais? Que ela nem precisa fazer nada que você já tem vontade de rir, ou te desmonta. Ou aquela pessoa que tem aquelas sacadas geniais quase que instantâneamente? Então... Acho que se pode trabalhar até certo ponto. A partir daqui, uma habilidade natural te leva além.

Sobre Latim, sei lá, acho que assistir umas aulas como eletiva ou ouvinte ia me adicionar muito, mas em termos de currículo nem ia me adicionar nada né... ai que eu fico na dúvida se vale a pena, ou se eu procuro um curso que me renda um diploma ou tenha valor...

E sobre algemas, finalmente alguém sensato que acha isso de compartilhar senha um absurdo! Nem achei insensível. Acho que quando ninguém pode manter um mínimo de privacidade, o relacionamento morre.

Abração!

Gui disse...

@Loboo! Faço UFF sim! Hahah, mas moro no Rio E em nikity. Mas, veja bem, quando se trata de línguas, não importa muito currículo ou diploma não, o importante é você provar que sabe. E, sabendo, isso é simples.

@BIC: Sim, existem talentos pra essas coisas. Mas a ideia das três metade, ao meu ver, ainda é falha :P.

@post: Vocês tocaram no ponto certo: para haver conjunto é preciso haver individualidade.

Diego Rebouças disse...

Engraçado. Sempre achei que a gente namora com tudo, não "apesar" de tudo.

Júlio César Vanelis disse...

Eh Gui... Vc adora assuntos polemicos... Eu não posso negar que penso como você, mas eu acho que se estivesse namorando, sentiria ciumes do meu namorado caso ele fosse para uma balada, por exemplo, sem mim... Claro, eu ia lutar contra isso, mas que eu ia sentir ia... Quanto às senhaS de redes sociais, realmente, é uma babaquice dar a sua senha para o parceiro de relacionamento. O minimo de privacidade é bom e faz bem...

Saudades de vc cara... quase não te vejo mais na facul :S...

Gui disse...

@Diego: Se a gente contabilizar o número de defeitos de cada um e o número de qualidades, é fácil ver que tem muito mais coisa que a gente se irrita com do que se agrada com. Entretanto, as coisas que nos agradam são tão mais maravilhosas, que conseguimos amar 'apesar' de todo o resto. Não sei se foi esse o sentido que você entendeu e não concordou, mas foi esse que eu quis passar.

@JC: culpa sua, você sabe, né?