quarta-feira, 30 de março de 2011

Não Peço Muito

Nunca pedi muito na vida. Sempre fui um cara bem ciente da minha realidade, talvez por ter nascido já na época das vacas magras na minha família, talvez pelo simples alinhamento do cosmos. Acho que é exatamente por ter os pés tão fixos no chão que minha cabeça fica tão perto da Lua, como numa fuga constante de uma realidade que eu não quero, mas aceito, como minha.

Lembro que houve uma época em que eu era louco por Pokémon, adorava todos os jogos e tal, e queria muito, muito um gameboy daqueles preto e branco ainda. Tinha ouvido falar de um garoto que estava vendendo por 20 reais e a fita de um dos jogos. Cheguei todo feliz pra contar pra minha mãe e ela disse que não tinha dinheiro. Mais tarde desceu pra comprar cigarro. Tinha uma revista quinzenal por R$3,90 que eu também pedi, se ela comprou 2 ao longo de um ano, foi muito. Meu irmão queria um boneco original de 50 reais e ganhava um eventualmente. Eu ganhava o falsificado e, ainda sim, ficava feliz.

Daí eu entendo porque sempre tive problema com dinheiro, com comprar as coisas mesmo quando eu podia gastar. É por isso que eu fico à seco em boates que não são open bar, mesmo tendo dinheiro pra comprar algumas bebidas. É por isso que às vezes dói comprar um salgado na rua, mesmo quando a fome é tanta que posso desmaiar antes de chegar em casa.

Houve uma outra época em que eu queria muito aprender inglês. Acho que tinha 10 ou 11 anos. Nem preciso dizer que não havia a menor possibilidade de isso ocorrer, né? Pois, então, meu pai comprava o Extra toda semana e ganhou um dicionário inglês-português (Michaelis ainda por cima...) e o pegava todos os dias pra ler. Procurava palavras aleatórias, usava o diálogo dos jogos de videogame (sim, meu irmão tinha um videogame e eu 'podia' assistir a ele jogando) pra aprender algumas coisas também. Mas aí, depois de alguns anos, veio a defasagem: eu não sabia falar.

Eu sempre quis estudar em uma boa escola. Já disse que dinheiro sempre foi um problema? Pois é, escola municipal até a 8ª série (fiz os concursos na 5ª, but...). Depois veio a redenção (?), ingressei na Fiocruz. Eu precisaria de um novo post, em um tom muito diferente, pra narrar os problemas de lá. Só queria entrar na faculdade, não tinha como pagar o pré-vestibular, estudava em período integral, com a monografia e o estágio nas costas ainda por cima. Consegui uma pública, federal. Entretanto, não era a que eu mais queria, que, porventura, nem prestei vestibular porque não poderia arcar com os custos de outro estado.

Eu sempre pedi pouco e mesmo esse pouco me foi negado. Ainda sim, eu tinha forças pra seguir em frente do jeito que dava. Agora não mais. Eu continuo pedindo pouco, fazendo tudo que está ao meu alcance e...nada. Não consigo estágio, mesmo recebendo email 'eles adoraram seu perfil! Vão te chamar pros próximos processos seletivos'. Nem preciso dizer dos vetos, porque quando uma coisa não vai bem na sua vida, você tende a sobrecarregar outras coisas.

E eu, que quase me apaixonei pela pessoa completamente errada, fico com um vazio e carência inexplicáveis. Ânimo pra faculdade? Nenhum.

Não peço muito. Peço só que alguma coisa dê realmente certo para eu ter forças suficientes para consertar as outras que estão dando errado.

PS: Ainda estou sem Internet, copiei esse texto que eu tinha escrito à mão agora rapidinho no Lab de Informática. Desculpe pela ausência no blog de vocês, viu? Espero até semana que vem já ter GVT-maravilhosa-de-10-mega-rycah-veloz-isperta aqui em Nikity. EDIT: GVT chegou. GENTE, GVT CHEGOU, CORRE GENTE, CORRE GENTE!

13 comentários:

O+* disse...

Ai...doeu...vamos precisar estudar o seu caso para pensar soluções

Prof. Luciana Nepomuceno disse...

Amore, amore, amore. Quero abraçar você #comofas?
Que enha setembro, que venha setembro é meu mantra diário. Te amo.

Luciana Nepomuceno disse...

Ahahaha, professora sou eu :p

| D! disse...

Toda energia positiva Ai pra você!!

Sorteeee é o que No momento você precisa.

..::voy::.. disse...

eu te entendo... e como entendo!!!
=X

abraços do voy

cubcub disse...

Vivo uma realidade quase igual a sua, só que sem a parte do "descaso familiar". A situação aqui é sempre apertada, fazer o quê... c'est la vie, x)

Uma hora dá pra virar esse jogo.

Bjo e abraço, o/~

O Gato de Cheshire disse...

Toma um banho de descarrego, colega...

Cara eu sei que é clichê, mas.. Uma hora pinta.. Pode acreditar... Foi assim comigo tb e é assim com a maioria, a gente que fica olhando uma meia duzia que tem o cu virado pra lua e pensando que todo mundo tem tudo e a gente n te nada...

N seis e te consola, mas estamos com a maioria...

SG disse...

Se tudo vai ficar bem no futuro? Não sei. Ninguém sabe. Agora, se você desistir, aí sim, há certeza de que nada acontecerá.

Continue tentando.

Rafa disse...

Não pode é desanimar Gui. Vai rebolando aí pra driblar as sitauções, inventa força onde ela falha. E planta pra colher, claro.

Bj

Bruno Etílico disse...

Levante a cabeça. Conversamos hoje de manhã sobre uma das questões. Saiba que estou aqui.
Beijo!!

Fred disse...

Jesus!!! Mas veja pelo lado bom. Se tá tudo assim, não tem como piorar, né? Hahahahahaha!!!!! Força na peruca, fio e se precisar conte comigo! Hugz!

Anônimo disse...

Primeira vez aqui, e me deparo com esse post/desabafo !
Cara, quase nada é facil pra mim também, tem que ralar, e muito...sempre ! As vezes cansa mesmo...mas de um jeito ou de outro a vida segue em frente, e creia, tudo um dia melhora...
Força ai !!

Uma Cara Comum disse...

Como todo mundo que gosta de vc, é claro que eu tb tinha que desejar força, lindinho!!!

Eu sei, é foda remar contra a maré, mas uma hora o vento vira e a gente faz a festa. Quer um exemplo: a GVT chegou, olha que bom... Pra mim, ela virou as costas e deu good-bye / so long... rsrs

E pense que vc já é esse sucesso na fase ruim, imagina quando as coisas melhorarem??? Ninguém te segura!!!

Abraços e beijos pra vc!!!